DSM, manual de diagnósticos mentais, é atualizado com polêmicas!

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O DSM (sigla para Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders) chegou à sua quinta edição na última sexta-feira, incluindo mais de 300 novos transtornos mentais à sua listagem. Pessoalmente, considero isso muito preocupante: ainda não o li, mas me parece que a linha que separa a patologia (o que definimos como “doença”) e a normalidade foi abrandada, levando comportamentos normais e corriqueiros ao nível de transtornos.

Isto pode ser ainda mais alarmante no contexto atual. As chamadas “consultas-relâmpago”, em que o psiquiatra faz apenas algumas perguntas rápidas e prescreve uma medicação, tendem a aumentar ainda mais. E junto cresce o risco da medicamentação desnecessária. Vivemos em uma cultura que reverencia o remédio, mas devemos ter em mente que nem todo problema pode (nem deve) ser resolvido com psicofármacos.

Em reportagem do Jornal O Globo de 21/05/2013, o Professor Allen Frances, da Universidade de Duke, EUA, condenou a nova revisão do DSM. Frances, que foi o responsável pela revisão anterior, em 1994, está fazendo uma campanha para que os profissionais da saúde que utilizam o DSM (psiquiatras, psicólogos, neurologistas, etc) não empreguem sua nova versão no trabalho clínico, justamente pelo risco que oferece ao paciente. Segundo Frances, na mesma matéria d’O Globo:

“Um diagnóstico psiquiátrico pode representar uma mudança benéfica na sua vida se correto, ou um grande dano se não. “Tome tanto cuidado ao acatar um diagnóstico quanto quando vai comprar uma casa ou um carro. Nunca aceite um diagnóstico ou tome pílulas prescritas após uma avaliação breve”.

Por fim, deixo a mensagem para que questionemos mais os tratamentos à base de remédios. Embora seja muito comum hoje em dia levar uma criança a um médico qualquer ou mesmo a um psiquiatra e sair de lá dez minutos depois com uma receita de Ritalina, porque a criança foi rapidamente diagnosticada como hiperativa, isto deve mudar. Procure uma segunda opinião, com outro psiquiatra ou um psicólogo, que conduza a avaliação do paciente com mais cuidado. Apesar de ser tentador recorrer à “pílula mágica”, devemos ter em mente que tratar alguém com um psicofármaco, um remédio que tem ação na rede neural, é algo muito sério e deve ser empregado apenas quando realmente necessário.

Para mais informações, leia a matéria no site do Jornal O Globo: http://oglobo.globo.com/saude/novo-manual-de-diagnostico-de-doencas-mentais-dos-eua-gera-polemica-8447125

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